Mas o que importa
não é a rotina dos dias todos iguais,
levantar cedinho e batalhar,
falso sorriso no olhar cansado,
cruzar os passos sem alquebrar,
para quem anda triste, desiludido,
de coração magoado,
com alma ferida, desesperado.
Mas o que importa
nem é cumprir o indesejado,
anuir sem concordar,
concluir, sem ter iniciado,
ser sombra escura, vela apagada,
barco sem vela, nave sem asa,
Ínvio percurso na caminhada
rumo ao alvo, rumo ao nada.
Mas o que importa
é, isso sim, e vivamente
a loucura na liberdade,
sonhar sem ansiedade,
a honradez, a gratidão,
olhar sincero, dar a mão,
unir esforços, ser irmão,
sendo mesmo, ou não.
Mas o que importa,
é, hoje e sempre,
saber ouvir sem magoar,
quebrar silêncios para alegrar,
construir pontes, ligar as pontas
não pensar só em fazer contas,
porque a vida corre veloz,
tarda bem pouco, chega-se à foz.
Mas o que importa
é, afinal, a comunhão,
na diferença ser união,
e assim vencer etapas,
ultrapassar as dificuldades,
cimentar cumplicidades,
olhar de frente o Adamastor,
fazer valer a força do Amor.
A. Teixeira, 23 de julho 2018
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