Recantos: 2018

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Palavras, palavras, palavras

Palavras, palavras, palavras

Palavras são sentimentos,

desilusões, tristezas, mágoas

alegrias e paixões

imensa dedicação,

paciência, imaginação.

Nas palavras com paixão,

Serenidade ou turbilhão,

Há oceanos de vagas,

Montanhas azuis

E nuvens de algodão.

As palavras estão connosco,

em casa, na escola,

no trabalho e tempo livre,

ao levantar e todo o dia,

até mesmo ao dormir.

Vivemos com as palavras

ao falar e escrever,

para explicar, para ler,

nas carícias e na raiva,

no que somos e pensamos.

São forma de comunicação,

identificação e defesa

marca do que somos feitos

elo que nos liga a outros,

Até mesmo proteção.

Sem se escrever ou falar,

o mundo seria um vazio,

mundo incomunicável,

deserto, escuridão,

vazio, caos e solidão.

E a palavra escrita é sonho,

Seja em sílaba cruzada,

rima imperfeita,

ou metáfora errada.

Por vezes até um poema.

A. Teixeira, maio 2016

Mas o que importa

Mas o que importa
não é a rotina dos dias todos iguais,
levantar cedinho e batalhar,
falso sorriso no olhar cansado,
cruzar os passos sem alquebrar,
para quem anda triste, desiludido,
de coração magoado,
com alma ferida, desesperado.

Mas o que importa
nem é cumprir o indesejado,
anuir sem concordar,
concluir, sem ter iniciado,
ser sombra escura, vela apagada,
barco sem vela, nave sem asa,
Ínvio percurso na caminhada
rumo ao alvo, rumo ao nada.

Mas o que importa
é, isso sim, e vivamente
a loucura na liberdade,
sonhar sem ansiedade,
a honradez, a gratidão,
olhar sincero, dar a mão,
unir esforços, ser irmão,
sendo mesmo, ou não.

Mas o que importa,
é, hoje e sempre,
saber ouvir sem magoar,
quebrar silêncios para alegrar,
construir pontes, ligar as pontas
não pensar só em fazer contas,
porque a vida corre veloz,
tarda bem pouco, chega-se à foz.

Mas o que importa
é, afinal, a comunhão,
na diferença ser união,
e assim vencer etapas,
ultrapassar as dificuldades,
cimentar cumplicidades,
olhar de frente o Adamastor,
fazer valer a força do Amor.

A. Teixeira, 23 de julho 2018